Homilia Dominical – Jo 16,12-15

Por Pe. Romeu Ferreira

Evangelho de Domingo | 15.06.2025

A) Texto: Jo 16,12-15

Disse Jesus a seus discípulos: 12 “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13 Quando, porém, vier o Espírito da verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15 Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso disse que o que ele receberá e vos anunciará é meu”.

B) Comentário

Vejamos quão precioso é contemplar o modo de ser de Jesus, admirar sua didática! Ele comenta: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora” (v 12).

Em idêntica maneira somos – nas coisas espirituais – às vezes como as crianças que não têm paciência, nem entendem os pais dizerem que só quando forem grandes ou depois… Elas querem ser adultas imediatamente.

Ora, a boa instrução para a ordem e disciplina na vida, adverte que “há um tempo para cada coisa e cada coisa no seu tempo”.

É bom guardar o segredo até o momento propício. Jesus é bom também nisto, ele é mestre. Devemos ter a mente aberta para aprender, e o coração disposto e suave para absorver e viver os seus ensinamentos.

“…mas não sois capazes de as compreender agora”. Em muitas ocasiões os discípulos só compreenderam “as coisas” depois do fato; só depois “cai a ficha”.

Assim, quando o Ressuscitado vai em caminho com os discípulos de Emaús… Só depois eles dizem um ao outro: “Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?” (Lc 24,32). Portanto há um tempo mais longo ou breve, para entender e assimilar o que diz Jesus. Quem nos ajuda na maturidade espiritual é sempre o Espírito Santo (v 13).

O Espírito Santo, o Paráclito, dito “Espírito da verdade” (v 13) tem a missão, não de trazer novidades próprias (v 13) ou contrastantes ao que o Cristo revelara, mas sim a de aclarar e aprofundar a mensagem do mestre.

Jesus já informara sobre o Paráclito dizendo: “Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará” (v 14).

Este “anunciará” (v 14), não se trata do “proclamar em ritmo kerigmático” e sim de esclarecer, e “revelar o significado de algo que ainda está obscuro ou imergido no segredo misterioso”, até o momento oportuno. É como se disséssemos: agora sim, chegou a hora!

O Novo Testamento destaca a importância do tempo ventilado por Jesus, colocando em seus lábios a referência da “hora”, em várias ocasiões como: “Minha hora ainda não chegou” (Jo 2,4); “…sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai…” (Jo13,1), etc. Ou seja, no momento exato, virá o prometido, e se cumprirá toda a promessa do Senhor.

Em poucos versículos, este texto dá ênfase à trindade divina: Pai, Filho e Espírito Santo. Quanto a terceira pessoa da trindade diz Jesus aos discípulos: o “que ele receberá e vos anunciará é meu”. E isto ocorre diz o mestre, porque “Tudo o que o Pai possui é meu” (v 15). Não há Pai sem Filho, e vice-versa; um está para o outro, na essência e herança do Espírito Santo.

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