Homilia Dominical: São Mateus 5,1-12

 
1Jesus vendo as multidões subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2 e Jesus começou  a ensiná-los: 3 “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. 4  Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5 Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8 Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9 Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão filhos de Deus. 10  Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. 11 Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. 12 Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.  

 
Comentário
 
O ser humano é feito à semelhança de Deus (Gn 1,26), o Santo por excelência. Só Ele é três vezes Santo (Is 6,3) e nos convoca: “Sede santos, porque eu, Iahweh, vosso Deus, sou santo (Lv 19,2)”. O Evangelho nos fala das “Bem-aventuranças”, ou seja, da “felicidade”; o bem que vem e se torna realidade. A felicidade ou Bem-aventurança em hebraico se diz “ashrê” ( Sl 84,13);  em grego é “makários”, ou os “macarismos”: leque da felicidade. E o leque se abre para fora.
 
Se alguém pergunta a Jesus: “o que fazer para ser feliz; quem é feliz”?  Ele responde com um elenco de condições e qualidades: os pobres, os aflitos, os mansos, os famintos, os misericordiosos, os puros, os pacíficos, e os perseguidos. Porém a cada uma das oito situações, se apresenta a razão de ser, como esclarecimento. O quadro se mostra como um contraste enorme, pois quem se sente feliz na aflição, na perseguição…? E mais, o mestre nos ordena a termos uma alegria ainda maior ou felicidade plena, convidando à alegria e exultação: “Alegrai-vos e exultai”(v12)… quando vos perseguirem, caluniarem, mentirem contra vós. E em oração lhe diríamos: Senhor, quem poderá alegrar-se neste turbilhão de padecimentos e agruras? Qual será a razão desta tamanha felicidade? Que felicidade é esta? Jesus aponta que é tê-lo como motivo: por causa de mim (v 11).
 
Assim sendo Jesus conduz o pensamento da plateia a uma dimensão escatológica, ou seja, o mestre leva o cristão a tornar-se cada vez mais um ser “futurisso”, que embora estando no tempo presente, ele invista todo o seu potencial, com perspectiva voltada ao futuro; com segurança de vitória por parte de quem pode garanti-la: o Cristo. 
 
Já no inicio da narrativa do discurso, fala que Jesus “subiu ao monte”. Isto quer mostrar a importância dos ensinamentos dele, que são tão aquilatados quanto foi o pacto sinaítico, o compromisso de Deus com o seu povo e do povo com Deus, no monte Sinai. 
 
Há uma felicidade que não a contemplamos a não ser com os olhos da fé e na dinâmica e energia que nos vem do Senhor. Vivendo estas qualidades evangélicas: “pobreza” ao modo de Cristo, e todas elas, nós seremos bem-aventurados, seremos felizes.

 

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