O Papa Francisco recebeu em audiência na sexta-feira, 22, no Vaticano, os responsáveis nacionais pelas migrações, que participaram do encontro promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa.
A audiência foi a ocasião para o Pontífice reafirmar a missão da Igreja diante dos fluxos migratórios maciços: amar Jesus Cristo particularmente nos mais pobres e abandonados, e entre eles, certamente, estão os migrantes e refugiados.
“Não escondo a minha preocupação diante dos sinais de intolerância, discriminação e xenofobia que se verificam em várias regiões da Europa. Frequentemente, esses sinais são motivados pela desconfiança e pelo temor em relação ao outro, ao diferente, ao estrangeiro. Preocupa-me ainda mais a triste constatação de que as nossas comunidades católicas na Europa não estão isentas dessas reações de defesa e rejeição, justificadas por um ‘dever moral’ de preservar a identidade cultural e religiosa originária”.
O Papa recordou que a Igreja propagou-se em todos os continentes graças à “migração” de missionários, e hoje percebe uma “profunda dificuldade” das Igrejas na Europa diante da chegada deles. Para Francisco, essa dificuldade espelha os limites dos processos de unificação europeia e da aplicação concreta da universalidade dos direitos humanos.
Do ponto de vista estritamente eclesiológico, a chegada de inúmeros irmãos oferece às Igrejas locais uma oportunidade a mais de realizar plenamente a própria catolicidade e uma nova fronteira missionária.
Além disso, o encontro com migrantes e refugiados de outras confissões e religiões é um “terreno fecundo para o desenvolvimento de um diálogo ecumênico e inter-religioso sincero e enriquecedor”.
Por fim, o Papa citou a sua Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado do próximo ano, na qual indica a resposta pastoral aos desafios migratórios em quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar. Na mesma Mensagem, também se enfatiza a importância dos Pactos Globais, que as nações do mundo se empenharam em redigir até o final de 2018, nos quais a Santa Sé está preparando uma contribuição especial. Francisco concluiu com uma exortação:
“Que a voz da Igreja seja sempre tempestiva e profética e, sobretudo, seja precedida por um trabalho coerente e inspirado nos princípios da doutrina cristã.”
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