Com informações agência Ecclesia. O Papa disse no domingo, 19, no Vaticano que os católicos devem superar a lógica comum dos “raciocínios utilitaristas” e assumir o risco do “amor gratuito”, procurando o “extraordinário”, como pede Jesus.
“Deus ama-nos enquanto somos pecadores, não porque somos bons ou capazes de dar algo em troca. O amor de Deus é um amor sempre em excesso, sempre para lá dos cálculos, sempre desproporcional. Hoje, também nos pede a nós para vivermos deste modo, porque somente assim o testemunharemos verdadeiramente”, disse, da janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.
Perante milhares de peregrinos presentes na Praça de São Pedro, onde era visíveis bandeiras portuguesas, Francisco refletiu sobre a passagem do Evangelho de São Mateus que é lida nas celebrações eucarísticas deste domingo (Mt 5,38-48), na qual Jesus “convida a dar a outra face a amar mesmo os inimigos”.
“Em geral (…) preferimos amar só quem nos ama, fazer o bem só a quem é bom conosco, ser generoso só com quem pode restituir o favor; e a quem nos trata mal, respondemos com a mesma moeda. Assim estamos todos em equilíbrio”, advertiu.
O Papa sublinhou que, permanecendo neste equilíbrio entre dar e receber, “as coisas não mudam”.
“O amor de Deus é sempre extraordinário, isto é, vai além dos critérios habituais a os quais nós humanos vivemos as nossas relações”, insistiu.
Deus convida-nos a não responder o mal com o mal, a ousar no bem, a arriscar no dom, mesmo se recebermos pouco ou nada em troca. Porque é este amor que lentamente transforma os conflitos, diminui as distâncias, supera as inimizades e cura as feridas do ódio”.
Francisco questionou os presentes sobre a lógica que seguem na sua vida, “a da retribuição ou a da gratuidade”.
“O amor extraordinário de Cristo não é fácil, mas é possível, porque Ele mesmo nos ajuda doando-nos o seu Espírito, o seu amor sem medida”, concluiu.