Por Padre Antônio Mattiuz, csj
A CELEBRAÇÃO DA MISSA
05 – O CANTO NA CELEBRAÇÃO.
Um provérbio diz: ‘Quem canta reza duas vezes”. É verdade, mas quem canta mal espanta o povo. Junto com Jesus vivo e presente, há também uma multidão de anjos.
No céu os anjos fazem festa eterna a Deus cantando. O mesmo fazem todos os filhos e filhas de Deus que estão com eles no paraíso. Lembremos o canto do santo. Cantar na celebração litúrgica é antecipar o cantar que teremos no céu.
Os cantores dão tudo de si e merecem nossa gratidão e louvores. Cantar na liturgia não é dar show e exibição de um grupo. Cantar é unir-se a Deus e aos anjos que, embora invisíveis, marcam presença na liturgia.
Não existe canto feio, pois feio é só o canto mal cantado. Grande mal de alguns cantores é cantar sem vida e sem fé. O canto é do povo e para o povo. O povo tem o direito e o dever de cantar. O coral não pode se apossar do canto e impedir que o povo cante, sufocando a sua voz com o alto volume ou com cantos desconhecidos.
Se um canto é difícil, o coral canta as estrofes e incita o povo cantar o refrão. Se o povo não souber o canto, façam-se ensaios para o povo aprender. Se o canto não trouxer mais vida, mais união com Deus, mais elevação do espírito que os cantores calem!
Joseph Samson diz: “Todo canto que não promove o silêncio é inútil!”. O mundanismo adora o barulho que pode penetrar também na liturgia.
Com o Concílio Vaticano II passamos de uma liturgia em latim demais silenciosa para uma liturgia demais barulhenta. Hoje, alguns confundem a liturgia da Palavra com tagarelice e palavrório, e alguns acham que participar da celebração é falar muito e cantar o tempo todo.
Alguns têm pavor do silêncio, mas Deus só fala e só é ouvido no silêncio. Alguns agentes da liturgia não acreditam na força do silêncio. Por isso trazem para o interior das celebrações a poluição sonora do mundo. Alguns tocadores produzem ruídos barulhentos ou acordes sem sentido só para espantar o silêncio. Mas isto é um mal que estraga as celebrações.
É preciso ler, escutar e praticar as orientações que a Igreja nos dá com seus documentos para o bem de todo o povo de Deus.